Novamente a SATA
São coisas sérias, mas não pude conter-me quando li o artigo de opinião de Alberto Peixoto publicado na imprensa açoriana em seis de Maio.
O saudoso artista do Açorianíssimo, Osvaldo Medeiros dizia que “esta terra tem mais coisas para rir do que seja para ver”. É verdade, e a SATA está na liderança das coisas para rir, embora os assuntos relacionados com esta empresa sejam muito sérios.
Aqui por estes lados da Décima Ilha também não têm faltado queixinhas aos bons maus serviços, prestados por esta companhia monopolista dos voos Saudade-Açores. Dois bons exemplos disso são diferentes artigos de opinião publicados no jornal Portuguese Times, recentemente.
O primeiro, tem o título O Espírito dos Açores, da autoria de Joe Baptista, de San Diego, da Califórnia, publicado na edição de 9 de Maio passado. Além da sua opinião muito própria, o articulista relata episódios de favoritismo por ele observados e um acontecimento memorável, passado no aeroporto Logan, em que “pelo menos cinquenta passageiros” com as passagens pagas, ficaram em terra por falta de lugar no avião. Erro de informática!... os computadores não souberam parar na conta de 220 passageiros!... Incompetência - gerência cansada!...
O segundo, na edição de 16 do mesmo mês, da autoria de Serafim da Cunha, para além das picadinhas de alfinete dadas aqui e além, aconselha-nos a “boicotar por um ano as actividades da SATA”. Esta última parte é a minha opinião pessoal e já a divulguei há um par de meses, com a diferença no tempo de duração. Para Serafim da Cunha seria por um ano; para mim por toda a vida e mais seis meses.
Turismo de Qualidade
Recentemente a Dra. Alzira Silva, na sua digressão pela Costa Leste da América, entre outras actividades, reuniu-se com várias organizações de Rhode Island, na sede da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, no passado dia 17 de Abril.
A reunião teve como tema principal a divulgação dos serviços e apoios da Direcção Regional das Comunidades e foi muito bem sucedida. Mas, em certa altura, alguém acendeu um fósforo e lançou-o na lenha dos transportes aéreos que fazem a ligação desta parte do mundo com as nossas Ilhas de origem.
Não pegou fogo porque a Dra. Alzira Silva não fazia parte do combustível indicado, nem a ocasião era propícia. Mas a chama libertou algum calor e alguém comparou os preços das viagens das Américas com os da Europa.
Uma pessoa de muito crédito explicou então que o Governo Regional e a SATA querem nos Açores um “Turismo de Qualidade”. Mais uma forma de discriminação!...
Como não bastava a alcunha de “Moscas de Verão”, agora era preciso dizer que os emigrantes são turismo desqualificado...
Meus senhores: se querem os olhos azuis e cabelos loiros do Norte da Europa, tudo bem; sem dúvidas põem mais colorido nas paisagens verdes e azuis. Mas é mais que sabido que esses turistas são os que menos dinheiro gastam na Região.
Nós, os “Calafonas” ou “Moscas de Verão”, ou como quiserem ter a amabilidade de nos chamar, enchemos os cafés, os restaurantes e muitas lojas em todas as Ilhas, etc., etc. E mais: o preço exagerado que nós pagamos é o subsídio e a causa das pechinchas para os loiros do Norte da Europa.
É também muito de estranhar que uma viagem do Porto ou de Lisboa para Londres possa ser apenas com cerca de 40 euros, sendo os transportes de táxi para os Aeroportos absurdamente mais caros. Dos mesmos pontos de partida a viagem para os Açores, para quem não é residente, ronda os 250 euros e é proibitiva para muitas bolsas dos portugueses.Será que as mãos dadas do Governo Regional com a companhia de transportes aéreos estão qualificadas com pessoal desqualificado? Às vezes, mas nem sempre.
Este pessoal tem duas caras e sabe virar casacas.
Aparentemente, uma viagem de Boston para Lisboa ou para o Porto tem muita diferença, em todos os aspectos, de outra de Logan ou T.F.Green (aeroportos de Boston e Providence respectivamente) para Ponta Delgada. Só um pequeno exemplo: aqueles que se deslocam ao Continente Português são mais bem tratados e as hospedeiras mostram-lhes sorrisos, ao passo que quem vai para Ponta Delgada tem que ver caras carrancudas e de poucos amigos. Isto já tem dado nas vistas a muita gente. Até quando iremos suportar tais abusos? Até a saudade aprender a controlar seus apetites; porque de outra forma, as mãos da transportadora aérea com as do Governo Regional não se apartarão, nem tão cedo...
Note-se que esta “moda nova” dos navios de passageiros (diga-se de turismo bom) que estão parando agora em Ponta Delgada é outra “estória”. É o resultado de uma boa iniciativa e desejamos contínuo sucesso. Lembramos que a conversa aqui é sobre os transportes aéreos que ligam os Açores ao Mundo, em cujo contexto os açorianos das Américas são vitimados e explorados.
Esperamos que a SATA pague umas aulas de utilização básica de computadores aos seus empregados, para que estes erros informáticos não aconteçam no futuro.
Se não tiver dinheiro para isso, apele ao Governo Regional porque este é o grande culpado de toda esta situação. Mas não aumentem os preços das viagens entre o continente americano e as Ilhas, já que puseram de parte a tarifa única. Umas lições de “boas maneiras” para as hospedeiras e todo o pessoal de serviço, tanto na terra como no ar, também altamente se aconselham.
Alfredo da Ponte
Fall River, Massachusetts
O saudoso artista do Açorianíssimo, Osvaldo Medeiros dizia que “esta terra tem mais coisas para rir do que seja para ver”. É verdade, e a SATA está na liderança das coisas para rir, embora os assuntos relacionados com esta empresa sejam muito sérios.
Aqui por estes lados da Décima Ilha também não têm faltado queixinhas aos bons maus serviços, prestados por esta companhia monopolista dos voos Saudade-Açores. Dois bons exemplos disso são diferentes artigos de opinião publicados no jornal Portuguese Times, recentemente.
O primeiro, tem o título O Espírito dos Açores, da autoria de Joe Baptista, de San Diego, da Califórnia, publicado na edição de 9 de Maio passado. Além da sua opinião muito própria, o articulista relata episódios de favoritismo por ele observados e um acontecimento memorável, passado no aeroporto Logan, em que “pelo menos cinquenta passageiros” com as passagens pagas, ficaram em terra por falta de lugar no avião. Erro de informática!... os computadores não souberam parar na conta de 220 passageiros!... Incompetência - gerência cansada!...
O segundo, na edição de 16 do mesmo mês, da autoria de Serafim da Cunha, para além das picadinhas de alfinete dadas aqui e além, aconselha-nos a “boicotar por um ano as actividades da SATA”. Esta última parte é a minha opinião pessoal e já a divulguei há um par de meses, com a diferença no tempo de duração. Para Serafim da Cunha seria por um ano; para mim por toda a vida e mais seis meses.
Turismo de Qualidade
Recentemente a Dra. Alzira Silva, na sua digressão pela Costa Leste da América, entre outras actividades, reuniu-se com várias organizações de Rhode Island, na sede da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, no passado dia 17 de Abril.
A reunião teve como tema principal a divulgação dos serviços e apoios da Direcção Regional das Comunidades e foi muito bem sucedida. Mas, em certa altura, alguém acendeu um fósforo e lançou-o na lenha dos transportes aéreos que fazem a ligação desta parte do mundo com as nossas Ilhas de origem.
Não pegou fogo porque a Dra. Alzira Silva não fazia parte do combustível indicado, nem a ocasião era propícia. Mas a chama libertou algum calor e alguém comparou os preços das viagens das Américas com os da Europa.
Uma pessoa de muito crédito explicou então que o Governo Regional e a SATA querem nos Açores um “Turismo de Qualidade”. Mais uma forma de discriminação!...
Como não bastava a alcunha de “Moscas de Verão”, agora era preciso dizer que os emigrantes são turismo desqualificado...
Meus senhores: se querem os olhos azuis e cabelos loiros do Norte da Europa, tudo bem; sem dúvidas põem mais colorido nas paisagens verdes e azuis. Mas é mais que sabido que esses turistas são os que menos dinheiro gastam na Região.
Nós, os “Calafonas” ou “Moscas de Verão”, ou como quiserem ter a amabilidade de nos chamar, enchemos os cafés, os restaurantes e muitas lojas em todas as Ilhas, etc., etc. E mais: o preço exagerado que nós pagamos é o subsídio e a causa das pechinchas para os loiros do Norte da Europa.
É também muito de estranhar que uma viagem do Porto ou de Lisboa para Londres possa ser apenas com cerca de 40 euros, sendo os transportes de táxi para os Aeroportos absurdamente mais caros. Dos mesmos pontos de partida a viagem para os Açores, para quem não é residente, ronda os 250 euros e é proibitiva para muitas bolsas dos portugueses.Será que as mãos dadas do Governo Regional com a companhia de transportes aéreos estão qualificadas com pessoal desqualificado? Às vezes, mas nem sempre.
Este pessoal tem duas caras e sabe virar casacas.
Aparentemente, uma viagem de Boston para Lisboa ou para o Porto tem muita diferença, em todos os aspectos, de outra de Logan ou T.F.Green (aeroportos de Boston e Providence respectivamente) para Ponta Delgada. Só um pequeno exemplo: aqueles que se deslocam ao Continente Português são mais bem tratados e as hospedeiras mostram-lhes sorrisos, ao passo que quem vai para Ponta Delgada tem que ver caras carrancudas e de poucos amigos. Isto já tem dado nas vistas a muita gente. Até quando iremos suportar tais abusos? Até a saudade aprender a controlar seus apetites; porque de outra forma, as mãos da transportadora aérea com as do Governo Regional não se apartarão, nem tão cedo...
Note-se que esta “moda nova” dos navios de passageiros (diga-se de turismo bom) que estão parando agora em Ponta Delgada é outra “estória”. É o resultado de uma boa iniciativa e desejamos contínuo sucesso. Lembramos que a conversa aqui é sobre os transportes aéreos que ligam os Açores ao Mundo, em cujo contexto os açorianos das Américas são vitimados e explorados.
Esperamos que a SATA pague umas aulas de utilização básica de computadores aos seus empregados, para que estes erros informáticos não aconteçam no futuro.
Se não tiver dinheiro para isso, apele ao Governo Regional porque este é o grande culpado de toda esta situação. Mas não aumentem os preços das viagens entre o continente americano e as Ilhas, já que puseram de parte a tarifa única. Umas lições de “boas maneiras” para as hospedeiras e todo o pessoal de serviço, tanto na terra como no ar, também altamente se aconselham.
Alfredo da Ponte
Fall River, Massachusetts
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