Número de mortos em acidentes viação aumenta 70 por cento em 4 anos

O número de mortos em acidentes de viaçã o nas estradas açorianas aumentou 70 por cento entre 2001 e 2004, números que co ntrariam a tendência nacional e europeia de sinistralidade rodoviária, indica um estudo hoje divulgado.

Em 2001, morreram nas estradas das ilhas 20 pessoas, enquanto que, em 2 004, o número de vítimas mortais subiu para 34, indicou hoje à agência Lusa o so ciólogo da PSP Alberto Peixoto, que realizou o primeiro estudo sobre esta matéri a nos Açores.

Designado Sinistralidade Rodoviária - da evidência à realidade, o doc umento indica que, no mesmo período, se registou a nível nacional uma redução n o número de mortes nas estradas em 23 por cento, bastante superior à redução méd ia europeia, que se situou nos 14 por cento.

Contra esta tendência, os Açores apresentaram um crescimento de 70 por cento do número de vítimas mortais, afirmando-se entre as regiões portuguesas e europeias como aquela onde mais cresceu o número de mortos, aponta o inquérito que cobriu cada uma das nove ilhas açorianas.

Entre 1983 e 2005, registaram-se um total de 50.566 acidentes nas ilhas , que provocaram 19.404 vítimas, das quais 637 mortais e 4.812 feridas com gravi dade e 13.955 com ferimentos ligeiros.

Por ano, são 11 os crimes de homicídio por negligência em acidentes de viação, indicou Alberto Peixoto, para quem essas mortes poderiam ser perfeita mente evitáveis se fossem respeitadas por todos as normas da circulação em estr ada.

Em 2005, o estudo a que a Lusa teve acesso constata que, nos Açores, c ontrariamente à tendência nacional e europeia, os acidentes e as vítimas continu am a apresentar taxas de crescimento, apesar de um abrandamento verificado desd e 2003.

De acordo com Alberto Peixoto, para este abrandamento não serão alheio s os sucessivos aumentos dos combustíveis, que provocaram uma redução de circula ção sobretudo dos veículos ligeiros de passageiros.

Com base nos dados disponíveis no final de 2005, o arquipélago era clas sificado como uma região de sinistralidade rodoviária intensa, com mais de 14 acidentes ao ano por cada mil habi! tantes, situando-se em praticamente todos os parâmetros acima da média europeia, que é dramática.

Entre os condutores açorianos, 51 por cento afirmam ter, pelo menos, um familiar que foi já vítima da sinistralidade rodoviária, dos quais 11 por cento morreram, oito por cento ficaram com uma deficiência física e 32 por cento tive ram ferimentos ligeiros.

O autor do estudo alertou, porém, que os dados recolhidos indicam que e sta informação parece não ser suficiente para afectar os seus comportamentos em termos de desrespeito pelas normas estradais, conforme se constatou através do número de autos levantado em cada um dos concelhos.

Depois do estacionamento indevido, o excesso de velocidade é apontado c omo a principal infracção praticada nas estradas das ilhas, o que, segundo Alber to Peixoto ajuda a compreender a dimensão da sinistralidade rodoviária, fruto de uma conjugação com a configuração das vias, principalmente dentro das locali dades, onde ocorrem mais de 70 por cento dos acidentes. As vias com boas condi ções do piso, nomeadamente as que possuem duas e três faixas de rodagem, nas qua is a possibilidade de circulação varia entre os 60 e os 100 km/h, são as que re gistam os acidentes com as consequências mais graves devido aos excessos de velo cidade praticados.

Notícia Publicada em www.solnet.com em 14/12/2006